sábado, 27 de junho de 2015

Terapia Breve - uma alternativa

Para fechar os meus posts introdutórios, vou falar um pouquinho sobre terapia breve, uma modalidade que pode ser interessante para ser conciliada com um dos maiores problemas da atualidade: a tal da falta de tempo (e, muitas vezes, de dinheiro), que, embora bem relativa, é uma justificativa bem frequente.

Há terapias breves em várias abordagens teóricas. O princípio é o mesmo: eleger um comportamento-alvo, sintoma, ou qualquer outro nome que designe algo que causa sofrimento para uma pessoa e traçar um plano terapêutico focado neste problema. Nesta modalidade terapêutica, há um número predeterminado de encontros e tarefas específicas para serem cumpridas. Normalmente, são utilizados até 20 encontros (o número mínimo varia entre quatro e seis, dependendo da abordagem e do problema a ser trabalhado. É bem usual se ver propostas de 10, 12 e 15 encontros, cada um com cerca de uma hora de duração), o que significaria um tratamento de até cinco meses, sendo um encontro por semana. São boas alternativas para pessoas que estejam altamente motivadas a lidar com a situação-problema e dispostas a promover mudanças efetivas em suas vidas. Ademais, boa parte dos transtornos mentais considerados leves ou bastante específicos podem responder positivamente a esta modalidade terapêutica. Porém, transtornos mentais de origem orgânica, autismo, alguns transtornos de personalidade, transtorno bipolar, deficiência mental e transtornos mentais severos não possuem esta indicação.

Para muitas pessoas, pensar em um período com começo, meio e fim para atender a uma questão psicológica ajuda a diminuir a resistência, pois um dos fatores que mantém as pessoas afastadas do consultório é a falta de perspectiva quanto ao fim do tratamento. E, se pararmos para pensar, muitos tratamentos na área de saúde levam um tempo considerável para serem concluídos. Por exemplo, quanto tempo leva para alinhar a arcada dentária com aparelhos ortodônticos? Quase nunca menos de um ano. Recuperar um osso de uma fratura simples? seis semanas, mais algum tempo de fisioterapia, isso se não houver lesão em articulações. Desta forma, pensar em alguns poucos meses para tratar um problema que causa sofrimento parece bastante razoável.

Para realizar um tratamento dentro desta linha, o interessado deve procurar especificamente um profissional que trabalhe com ela, lembrando que há profissionais em psicologia que são contra esta abordagem, por diversos motivos. No entanto, é uma prática regulamentada e fundamentada, que pode ser ministrada por quem conheça seu método. Por isso, se é este seu objetivo para com o tratamento, pergunte ao terapeuta se ele é capacitado para tal. Em segundo lugar, quando for à consulta de avaliação, seja sincero com o terapeuta e consigo mesmo. A avaliação é de sua importância para delinear o tratamento, e fatalmente este falhará se a avaliação não for condizente com o problema, portanto, tente ao máximo não distorcer, omitir ou minimizar questões. Outro ponto importante é ter em mente que o número de sessões é predefinido, mas o terapeuta pode, caso julgue necessário, estender o período de tratamento ou até mesmo propor o sistema tradicional, caso detecte no curso da terapia mais questões do que se supunha a princípio. Cabe ao paciente aceitar ou não, mas tendo em mente que o profissional realizou uma análise técnica sobre o problema para concluir que o tempo predefinido não seria suficiente para o seu caso, portanto, reflita. 

Dúvidas? Sinta-se à vontade para perguntar. Este foi um artigo introdutório, para apresentar esta modalidade terapêutica.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Linhas Teóricas- Psicanálise

Seguindo a proposta do post anterior, hoje vou falar sobre a psicanálise. Já havia mencionado as particularidades do psicanalista aqui, e agora vou dar uma pincelada básica em como funciona. Novamente digo, este é um texto de abordagem superficial, para conhecimento do público. Creio que o primeiro fato a ser conhecido sobre a psicanálise é que quase tudo que o senso comum conhece sobre o tema ou está errado, ou incompleto, fora de contexto e/ou mal interpretado. Há uma grande tendência em se literalizar o que foi descrito no campo simbólico, portanto, não é o sonho secreto de todo o homem literalmente assassinar o pai e viver maritalmente com a mãe, e 'gozo' não é um orgasmo. Mas vamos adiante.

A psicanálise foi proposta pelo conhecidíssimo S. Freud (1856-1939), médico, que se propôs a estudar o fenômeno da histeria. O senso comum chamaria 'histérica' a uma mulher escandalosa, certo? Mas a verdade é justamente a inversa. A histeria é um fenômeno que manifesta no corpo algo que não pôde ser dito. Naquela época, devido à grande repressão social que as mulheres sofriam, as conversões histéricas não eram raras, e apareciam como paralisia, cegueira e outros comprometimentos que não podiam ser clinicamente viáveis, pois mostravam-se saudáveis (e a medicina da época tomava como fingimento). Freud passou a observar essas pacientes e, a partir destas observações clínicas, experimentos com hipnose, (muitas) reflexões e estudo, desenvolveu uma teoria de desenvolvimento da personalidade que também é um método clínico e uma corrente teórica que influenciou diversos pensadores. Depois de Freud, outro grande teórico da linha foi J. Lacan (1901-1981),  que aprofundou ainda mais a psicanálise e é extremamente respeitado. Há outros nomes, como Jung e Reich, mas falarei deles em outro post, pois a teoria acabou sendo ficando bem diferente da original, para desgosto de Freud, que fora professor de ambos.

A base da psicanálise é a investigação da mente e seu funcionamento, baseado nos conceitos descritos por Freud. Em termos bem simples, cada um de nós possui três níveis de funcionamento psíquico - id (impulsos mais primitivos), ego (base não completamente consciente da personalidade) e superego (instituição da lei e da cultura), sendo que a forma em que cada criança passa pelos estágios de desenvolvimento (aqui entram os complexos, de Édipo, castração, e outros estágios que também dão margem a erros de entendimento), culmina em uma estrutura de personalidade diferente  - neurótica, psicótica ou perversa (cuidado com o subentendimento de senso comum), cada qual com seus mecanismos de defesa e particularidades.

Para situar o leitor um pouco sobre quem é o quê, pode-se dizer que boa parte da população tem a estrutura neurótica (significa que passou pelos estágios de maneira próxima ao 'esperado', por assim dizer); os psicóticos são aqueles que não estabelecem contato com a realidade; É o que o senso comum chama por vezes de loucura, mas o termo não é correto. E o perverso é aquela pessoa que não trava contato com a imposição da lei (aqui há uma longa explicação sobre a figura do pai e a imposição da lei à criança). Então, a pessoa de estrutura perversa tem ciência se faz algo errado, mas simplesmente não se importa. Seria o psicopata (o verdadeiro, pois há também pessoas que são denominadas como psicopatas, mas que não o são dentro desta perspectiva). Este é um tipo que inquieta a sociedade, e muitas vezes também é designado como 'louco'.

A ideia geral é que o que nos causa sofrimento, conhecido nesta linha como sintoma, tem suas raízes no nível inconsciente do psiquismo. São dois os níveis, consciente e inconsciente (não se usa subconsciente, segundo as orientações que recebi), e  o inconsciente pode ser acessado por meio da fala, a chamada associação livre, que gera um insight. Trazendo este ponto de conflito para o nível consciente, o sintoma poderia ser amenizado. Ou seja, se a pessoa fala sobre sua dor, ela pode descobrir a peça que faltava para encadear sua significação sobre ela e assim, livrar-se do mal estar. Não se fala em 'cura' na psicanálise. Uma pessoa não pode mudar sua estrutura de personalidade, mas pode trabalhar seus sintomas e aliviar seu sofrimento.

Dentro desse método de trabalho clínico entram os sonhos, que seriam símbolos do inconsciente e os atos-falhos (aquelas coisas que falamos sem querer), entre outros. Na psicanálise há o trabalho no divã, mas ele não é feito logo de cara, mas sim quando o paciente estiver preparado para dar vazão à fala, com o mínimo de intervenção possível do analista. 

Há um vasto rol de críticas contra a psicanálise, críticas feitas inclusive por Sophie Freud, neta de Freud, filha de Anna Freud, que era psicanalista e filha favorita. No entanto, a psicanálise segue seu curso, com profissionais se formando e pessoas optando por esse modelo de terapia. Fala-se sobre a teoria ser machista, elitista e demorada. Mas há que se considerar o contexto histórico do desenvolvimento da psicanálise, em meio à burguesia européia do início do século XX, a admitir a aplicabilidade até os dias atuais. Elitista, até daria para dizer que sim, como quase toda psicoterapia particular: envolve custos que boa parte da população brasileira não pode arcar e demanda um nível razoável de insight para ser efetiva. Pode parecer rude, mas esse modelo de terapia precisa um bom grau de raciocínio para acontecer. E sobre ser demorada, o processo costuma ser mais longo mesmo, porém não é regra. Há outras críticas que eu vejo como tolas, como acusar Freud de ter sido cocainômano ou de ser um pervertido sexual. Oras, lembremo-nos da época: cocaína era medicamento, não se conhecia os efeitos colaterais, portanto, não pode ser significada como o é hoje em dia. Inclusive, Freud utilizou cocaína para criar o primeiro anestésico oftalmológico existente. E sobre ser um pervertido sexual, acredito que na época suas declarações tenham gerado um grande choque. Porém, manter o choque até hoje é moralismo. 

Em linhas gerais: Psicanálise é um processo de investigação da psiquê, normalmente demanda tempo. Em geral, o paciente fala mais do que o analista, que comumente se limita a fazer perguntas que induzam o caminho da reflexão, e o divã é utilizado quando o paciente está pronto para tal. Há quem diga que é indicada para questões inespecíficas, como a angústia sobre a qual não se conhece a causa, mas qualquer linha teórica pode tratar qualquer problema, o que pesa mais é o quanto o paciente se identifica com o método.

Espero que tenha sido esclarecedor. Até a próxima!

domingo, 10 de maio de 2015

Linhas Teóricas- Outras linhas de orientação psicanalítica

Complementando a postagem anterior, falarei de outras linhas que são vertentes da psicanálise, porém possuem identidade própria. São linhas muito interessantes, mas conheço apenas o básico sobre elas, então darei uma pincelada em cada uma, como será daqui para frente, uma vez que já escrevi sobre as linhas que domino melhor... mas vamos lá:

Psicologia Analítica: criada por C.G. Jung (1875-1961), psiquiatra e discípulo de Freud. Difere da psicanálise pela introdução de alguns conceitos diferentes, como o inconsciente coletivo, que seria um fenômeno de memórias herdadas que predispõe a organização e funcionamento do psiquismo dentro de um determinado padrão (são aqueles fatos que parecem ser de conhecimento de todos, mas que não se sabe quem ensinou). Jung apreciava muito os símbolos, mitologias e ocultismo, havendo em vários pontos de sua obra uma fusão com estes temas. Os conceitos de arquétipo, tipos psicológicos, persona, sombra, animus-anima entre outros integram esta linha teórica, que versa sobre os vários aspectos da pessoa, seu lado 'luz' e seu lado 'sombra' e como constitui 'personagens' para a sua defesa psíquica. 

Análise Bioenergética (psicossomática ou psicologia corporal): idealizada por Wilhelm Reich (1897-1957), versa sobre a relação entre o corpo físico e o emocional, e como este imprime suas marcas, as chamadas "couraças" nos músculos. Reich também propunha uma análise ampla sobre a busca por poder como base para a neurose e escreveu sobre manipulação de massas, fascismo e outros temas pertinentes a psicologia social (no sentido amplo). Sua obra apresentava conceitos bastante chocantes para a época, como a função do orgasmo para o equilíbrio psíquico e as fontes de energia vital, batizada por ele de "orgone" que seria o elemento que garantiria a saúde física e mental. Nesta modalidade de terapia, além da verbalização, são utilizados exercícios físicos (não são exercícios de academia, mas sim movimentos com objetivos terapêuticos), alongamentos e exercícios respiratórios. São técnicas bem interessantes, mas que devem ser ministradas por profissionais realmente bem preparados para tal.

Há outros nomes que são conhecidos por ser de orientação psicanalítica, como Melanie Klein, que formulou sua teoria focada em crianças, Alfred Adler, que refutava a ênfase sexual de Freud e postulava que o foco do comportamento humano era em busca de poder e notoriedade, John Bowlby, que desenvolveu uma ampla teoria sobre vínculo e apego entre mães e filhos (embora não fosse reconhecido como psicanalista), entre vários outros. Este complemento é a título de informação, realmente bastante breve e superficial, e se alguém quiser saber um pouco mais, fique à vontade para perguntar ;)

sábado, 9 de maio de 2015

Linhas Teóricas- Comportamental e Cognitiva


Depois das explicações básicas sobre a diferença entre psicologia, psiquiatria e psicanálise, vou falar um pouquinho sobre algumas das principais linhas teóricas vigentes nos consultórios de psicoterapia. Essa explicação será bem superficial, cada uma das linhas é uma teoria diferente, formulada sobre preceitos diferentes e num contexto histórico/filosófico específico, o que exigiria um verdadeiro tratado para fazer jus à complexidade de cada uma. Além disso, há a minha limitação pessoal sobre os temas que domino e os que não. Percebi no decorrer da graduação que cada faculdade, em cada parte do país, enfatiza mais ou menos determinados assuntos, e cada aluno buscaria por conta seu aprofundamento na área que tivesse interesse. Foi o que fiz, e isso me deixa plenamente consciente de que há áreas da psicologia sobre as quais tenho pouquíssimo domínio, visto que as duas grandes áreas que escolhi são a saúde e social.

Bem, vamos então às linhas. Vou distribuí-las em algumas postagens, para não gerar textos muito longos, e hoje falarei das linhas comportamental e cognitiva, pois atualmente é difícil falar de uma sem ao menos mencionar a outra. Novamente enfatizo que não há uma linha teórica melhor do que a outra, mas sim aquela que se adapta melhor à cada pessoa, assim como o terapeuta com mais ou menos habilidade para conduzir um processo terapêutico calcado em sua demanda. Como podem ver, são muitas as variáveis em jogo, portanto é importante que as pessoas tenham uma base sobre o que podem encontrar no consultório psicológico. Então, vamos lá:

Comportamental/Behaviorismo: A psicologia comportamental ou o Behaviorismo (ou derivados desses termos, como comportamentalista e behaviorista, que são em geral sinônimos) é a linha sobre a qual eu tenho maior domínio. Foi idealizada por J. B. Watson (1878-1958), por volta de 1913, que iniciou as pesquisas da linha, utilizando principalmente o comportamento animal para desenvolver a teoria e que nos gerou um estigma lascado que carregamos até hoje devido à desconsideração de alguns fatores, tais como comportamentos encobertos e algumas declaraçõezinhas bem 'simpáticas' sobre seus experimentos e elaboração de teoria, como a clássica "Dê-me um punhado de crianças e farei delas do que quiser", entre outras questões, que, embora comuns na época, causam repulsa hoje em dia. A esta base da teoria comportamental, deu-se o nome de Behaviorismo Metodológico. Alguns anos depois, por volta de 1930, B. F. Skinner (1904-1990) elaborou uma teoria muito mais completa sobre os estudos de Watson, a qual é denominada Behaviorismo Radical. A proposta básica desta linha teórica afirma que os comportamentos (o que fazemos, pensamos, sentimos... Tudo é definido como comportamento) é aprendido, partindo de três níveis de seleção: o filogenético, ou seja, o que está inscrito no seu DNA, o ontogenético, ou a sua história de vida e o meio cultural onde o indivíduo está inserido. O processo de aprendizagem acontece de diversas formas, e neste aspecto há pontos de fusão com outras linhas, mas o carro-chefe da psicologia comportamental são os condicionamentos. De forma bem simplista, nos comportamos da maneira que fazemos porque o aprendemos assim. E, da mesma forma, podemos aprender de outra maneira, caso tenhamos aprendido de forma disfuncional. Por exemplo: um indivíduo tem medo de cães. Isso acontece porque, em determinado momento, ele aprendeu que cães lhe ofereciam perigo, e isso se generalizou, sendo que qualquer cão, por menor ou mais inofensivo que seja, desperta um medo extremamente intenso nesse indivíduo. É um caso de fobia específica. Em terapia há técnicas específicas para que esse comportamento- o medo - diminua e até mesmo acabe. Na terapia comportamental não há divã, o paciente/cliente (de novo, discussão enjoada sobre termos a serem utilizados. Eu utilizo paciente, mas há quem prefira cliente. Objetivamente falando, dá na mesma - e já posso ouvir psicólogos me xingando por esta declaração) senta-se de frente para o terapeuta e ambos dialogam de maneira equilibrada; o paciente fala sobre si, o terapeuta operacionaliza o relato, e propõe a intervenção. As críticas sobre esta linha recaem sobre a suposta frieza do terapeuta, o que sinceramente não se sustenta na abordagem, mas sim no estilo pessoal do terapeuta e no estilo diretivo e superficial, que é uma leitura que pode ser feita observando o exemplo que eu dei: há uma queixa, soluciona-se a queixa por meio de instruções, e o paciente vai embora. Porém, esta crítica não se sustenta no momento em que se há compreensão sobre como o processo terapêutico ocorre: o terapeuta comportamental faz um levantamento sobre o histórico vital do paciente e vê o comportamento disfuncional dentro do contexto, e possivelmente encontrará outros pontos. O foco da terapia é conduzir o paciente ao autoconhecimento, a partir do qual ele terá como lidar com suas demandas sozinho, aprendendo a ler suas próprias questões e resolvê-las.

Já a psicologia cognitiva, ciência mais recente, estuda os processos mentais (cognições) por trás do comportamento, tais como memória, pensamento, atenção, raciocínio entre outros. São utilizadas várias metáforas para a explicação destes processos, tais como o funcionamento do cérebro de forma semelhante a de um computador. A diferença primordial é que o cognitivismo entende o pensamento como cognição, e a psicologia comportamental como comportamento. Disso se desdobram muitas implicações e esquemas epistemológicos nos quais as duas linhas discordam entre si, sendo que a base da terapia cognitiva a modificação do pensamento para gerar a mudança do comportamento (e a proposta do behaviorismo, a modificação do comportamento para torná-lo funcional, incluindo o pensamento, que também é comportamento) porém, de maneira geral, as técnicas de cada uma são compatíveis com as da outra, gerando uma interação bastante utilizada e bastante efetiva.

Se o terapeuta se declara cognitivo-comportamental, isso pode significar três coisas: que ele é um psicólogo comportamental que utiliza técnicas cognitivas (meu caso), que é um psicólogo cognitivo que utiliza técnicas comportamentais, ou ainda é alguém que não conhece bem nem uma coisa nem outra, faz uma mistureba tremenda e aplica terapia modelo 'receita de bolo' e cobra caro por isso. Para um leigo, é difícil ver diferença entre eles. Falando sobre os dois primeiros, que são o que se espera que um psicólogo seja, o trabalho de ambos será bem semelhante, o que difere é a base epistemológica por trás da proposta. Caso a pessoa tenha interesse, pergunte ao terapeuta, ele poderá explicar no que seu trabalho é baseado.

Em poucas palavras: a psicologia comportamental e a cognitivo-comportamental se utilizam de interação entre o terapeuta e paciente, costumam ser diretivas após a operacionalização da queixa, e, por isso, objetiva e com duração relativamente breve (quando viável ao caso). Atualmente são as linhas mais indicadas para intervenção psicológica pela psiquiatria.

Até a próxima!

domingo, 12 de abril de 2015

Psicólogo X Psiquiatra X Psicanalista


Creio que seria importante fazer algumas considerações sobre qual profissional está apto a ser psicoterapeuta, que seriam os psicólogos, psiquiatras e psicanalistas. Há uma controvérsia bem enjoada sobre a terminologia utilizada (entre terapeuta, analista, psicoterapeuta e vários outros termos), mas vamos entender aqui o que está na área de domínio de cada profissional:

 Psicólogo: é aquela pessoa graduada em Psicologia. O psicólogo pode atuar em diversas áreas, dentre elas a clínica, e seguir a linha teórica que mais se identifica. Ele não necessita de uma especialização para atuar na área, pois a formação é generalista e em tese o capacita para o desenvolvimento de atividades nas quatro grandes áreas clássicas (saúde/clínica, educação, organizacional e sócio-comunitária) embora seja preferível que o profissional se aprofunde em sua área.

Psiquiatra: é a pessoa formada em Medicina, que se especializou em psiquiatria. É o profissional que pode prescrever medicações e normalmente atua em conjunto com psicólogos para tratar transtornos mais graves, como esquizofrenia e formas mais graves de transtornos de humor ou ainda problemas muito agudos, que necessitam de um controle mais rápido. 

Psicanalista: é a pessoa que realizou o curso de formação em psicanálise, que pode ser de qualquer área (incluindo psicólogo e médico que possui ou não a especialização como psiquiatra). Este curso é oferecido pelas associações de psicanálise (existem várias, reconhecidas pelos Conselhos de Psicologia) e exige do candidato um processo de análise próprio bem completo. 

*Analista, na verdade, foi um termo popularizado como sinônimo de psicoterapeuta de orientação psicanalítica, o psicanalista, mas é bem comum que se use como sinônimo de psicoterapeuta.

Então, pode-se questionar: quem é o melhor? E a resposta é: independe da formação de base. O melhor terapeuta é o que pode atender às suas necessidades, que está preparado para aquilo e tem um excelente manejo clínico e trato interpessoal. Existem psicólogos que não têm a menor paciência para ouvir e têm a base de conhecimentos insuficiente, psiquiatras mal fazem ideia das causas dos transtornos psicológico, que se limitam a prescrever medicamentos (falarei sobre eles ainda) literalmente na base tentativa e erro e psicanalistas que não sabem conduzir um escuta qualificada, não gerando melhora nos sintomas de seus analisandos. Há bons e maus terapeutas, e os maus certamente contribuem para denegrir a imagem da profissão. Por isso, se você está em busca de atendimento e não se sentiu confortável com o profissional escolhido, por qualquer motivo que seja? Procure outro. Mas não desista, você vai encontrar o seu (sua) terapeuta ideal.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Cuidado - Como reconhecer um vigarista

Este post segue a linha que visa a informação geral do público leigo, e creio que é muito importante que quem busca atendimento psicológico tenha conhecimento. Portanto, fique atento se o seu terapeuta apresentar alguma dessas características:


  • Prometer cura: por melhor que seja um terapeuta e que ele queira passar confiança, um psicólogo não deve fazer promessas rígidas, do tipo 'eu curo você em um mês', pelo simples fato de que há pessoas que não respondem adequadamente - nem a terapia, nem a medicações, só para citar um dos vários motivos. Psicólogos munidos de boa postura se comprometem a buscar uma solução para seu problema, mas não podem afirmar categoricamente que são capazes de curar.

  • Recusar a mostrar a carteira do CRP: infelizmente, há pessoas no mercado de trabalho alegando ser psicólogos, sem de fato sê-lo. Pode ser que o profissional tenha optado por não ter o diploma emoldurado na parede do consultório, mas todo o paciente pode solicitar a Carteira do Conselho Regional de Psicologia, que comprova que a pessoa possui formação acadêmica para atuar e responde a um Conselho. É obrigação ética do psicólogo apresentar esta carteira quando solicitado, e uma forma de garantir que o terapeuta tem os requisitos mínimos para a atuação profissional. Se o suposto profissional recusar, você pode telefonar ao Conselho Regional de Psicologia do seu estado e questionar se ele possui o registro, tendo o nome completo da pessoa em mãos. Se não tiver, denuncie como prática ilegal da psicologia.  (Atenção: psicanalistas que não são formados em psicologia não possuem este registo. Lembre que o psicanalista não precisa ter esta formação para atuar na linha da psicanálise).

  • Misturas estranhas: a profissão do psicólogo é regulamentada por um conselho, que autoriza determinadas práticas por parte de psicólogos, como hipnose e acupuntura, com a devida formação para atuar nesta áreas. No entanto, práticas esotéricas e/ou de filosofias alheias às ciências psicológicas, como tarot, mapas lunares, bolas de cristal, leitura de mãos, benzimentos, simpatias, astrologia, etc, estão fora deste espectro. Não questiono a efetividade de nenhuma destas técnicas, porém a pessoa que se propõe a ser um psicólogo deve ater-se às práticas regulamentadas. E lembre-se: psicólogo não pode prescrever medicamentos.

  • "Eclético": isso pode gerar um pouco de discordância, principalmente entre os que assim se declaram, mas que é no mínimo digno de atenção um terapeuta que não possui uma orientação teórica específica como base, e responde a este questionamento com a escorregadia palavra 'eclético'. Pois bem, espera-se que o terapeuta tenha uma fundamentação teórica sólida antes de assumir a responsabilidade do atendimento. No entanto, duas ressalvas: é bastante comum que sejam utilizadas técnicas "emprestadas" de outras linhas, mas ela deve seguir embasada e de forma compatível com a linha teórica do profissional e, atualmente, fala-se em psicologia integrativa, que se propõe a integrar como sistemas dinâmicos diversas linhas. Não sou a melhor pessoa para falar sobre esta abordagem, mas se o profissional está bem embasado, ele prestará com prazer explicações sobre seu trabalho.

  • "Curar homossexualidade": acho que dispensa maiores comentários. Se um psicólogo faz essa proposta, fuja. Propaganda antiética, preconceituosa e inviável. 

  • Contato sexual: é ponto pacífico que um terapeuta não deve ter nenhum tipo de contato de natureza sexual com pacientes, não importa sob qual pretexto ou mesmo desejo expresso por parte do paciente. Falar sobre sexualidade em terapia é normal, mas isso não deve gerar respostas eróticas por parte do terapeuta. Além disso, pessoas em atendimento psicológico podem confundir sentimentos e crer que estão apaixonadas pelo terapeuta, e cabe a este esclarecer esse fenômeno. Se não for possível manejar a situação, ele deve encaminha o paciente para outro terapeuta, e JAMAIS tentar tirar proveito da situação. Agora, nos raros casos em que o interesse é verdadeiro e mútuo - não se pode negar que, apesar de raro, pode acontecer - a postura correta do psicólogo é encerrar o vínculo profissional para viabilizar o vínculo afetivo.

Essas são algumas das formas de se reconhecer um potencial vigarista. Com certeza há outras, mas por hoje ficamos por aqui. Espero que a leitura tenha sido proveitosa.  =)

domingo, 5 de abril de 2015

Cirurgia Bariátrica - Por que ter um laudo psicológico?


A cirurgia bariátrica (também chamada de gastroplastia ou ainda, redução de estômago) hoje em dia não é nenhuma novidade, e a maioria da população tem ao menos um conhecido que se submeteu a ela. Não vou enfocar aqui os critérios para esta cirurgia, nem os tipos de cirurgia existentes, mas sim os motivos pelos quais o candidato a uma intervenção como essa deve se submeter a uma avaliação psicológica, além de todos os - muitos - exames e testes que são solicitados.

Para título de informação geral, os critérios médicos (salvo exceções avaliadas caso a caso) são:

  • IMC superior a 40, ou a 35 caso haja comorbidades associadas (ou seja, doenças provocadas ou agravadas pelo excesso de peso, como diabetes, hipertensão e problemas articulares graves, entre outras); 
  • Histórico de pelo menos cinco anos de obesidade e múltiplas tentativas sem sucesso de se perder peso pelos meios convencionais, ou ainda,   perda de peso seguida de recuperação do peso perdido, inclusive engordando mais. 
Para uma cirurgia e recuperação bem sucedidas, é importante que, além do médico (muitas vezes há a participação de um endocrinologista no processo, além do cirurgião gástrico e outros que possam ser necessários ao caso), um fisioterapeuta, um nutricionista e um psicólogo componham a equipe. Sim, você leu certo, fisioterapeuta. O motivo é simples, mas muitas vezes negligenciado: uma das principais causas de óbito nesta cirurgia é por incapacidade cardiorrespiratória do paciente, avaliação realizada pelo fisioterapeuta. O nutricionista fará a prescrição dietária para antes e depois da cirurgia, assim como o acompanhamento da dieta, e o psicólogo apontará se o paciente possui condições emocionais para arcar com o processo e tudo o que ele acarreta.

Primeiramente, sei que pode parecer que a avaliação é cara e desnecessária, até porque a maioria das pessoas acredita que pode manejar qualquer coisa... até que algo que saia de seu controle aconteça. E essas coisas acontecem, e muito. É complicado de se pontuar quais são as indicações e as contraindicações psicológicas, pois cada caso deve ser avaliado por toda a equipe, que apontara se os benefícios compensarem os potenciais riscos. No entanto, a consequência 'menos grave' de não estar emocionalmente apto a cirurgia é recuperar o peso perdido na primeira etapa (afinal, é muito fácil e rápido emagrecer com a dieta líquida e pastosa). É uma questão de bom senso deixar de 'achismos' e buscar uma confirmação sobre seu estado emocional antes da cirurgia, pois ela ocasionará mudanças intensas na vida tanto do operado quanto de seus próximos.

Seria isso um exagero? Pense no seguinte exemplo: Um casal. A mulher sofre de obesidade mórbida, o homem é um tanto inseguro, porém essa característica nunca foi muito perceptível (afinal, uma mulher muito obesa dificilmente seria "cobiçada", poderia ser a consideração desse homem fictício). A mulher se submete à cirurgia, emagrece 50 kg, resgata sua autoestima e passa a se cuidar e se arrumar muito mais (pois agora as roupas lhe servem, e ela não tem mais receio de que que reparem nela, e ela não é mais alvo de gozações e piadas maldosas). Então, o homem passa a ter crises de ciúme, isso quando não chega a agredir fisicamente sua esposa. Resultado: o casal se separa, pois nenhum dos dois cogitou sobre como seriam as relações sociais deles após uma intervenção aparentemente de sucesso para redução de peso. Não houve problemas médicos, ela se adaptou à dieta, tudo funcionou, ela emagreceu. Mas nem ele e nem ela estavam preparados para este outro fator, o qual poderia ter sido trabalhado, evitando essa ruptura. Esse é um dos milhares de exemplos que podem ser dados, e um dos incontáveis problemas que podem decorrer indiretamente da gastroplastia. Todos os aspectos devem ser considerados, não apenas o sucesso clínico da redução de peso. E são estes os aspectos que vêm à tona em uma boa avaliação psicológica.

No entanto, atualmente vivenciamos dois problemas: não há um protocolo padrão para os cirurgiões gástricos seguirem e/ou exigirem, então acaba ficando a critério do médico aceitar ou se recusar a operar um paciente que não se submeteu à avaliação psicológica; e não há um protocolo padrão de avaliação psicológica pré-cirúrgica, e cada profissional desenvolve seu próprio método, assim como qualquer psicólogo pode fazê-lo, independente de estar qualificado ou não. Outro problema está em encontrar profissionais qualificados. E assim se forma uma cadeia de complicações, que acabam culminando na não realização da avaliação psicológica e a sujeição a riscos desnecessários.

Há aqueles casos em que a ideia de se buscar um psicólogo é aceita. Mas aí surgem dúvidas, tais com quanto tempo a avaliação leva e como ela é realizada. Primeiramente, o candidato deve estar ciente que a avaliação é sim um pouco demorada. Não conheci até hoje um profissional que se propusesse a emitir um laudo após uma única consulta, e honestamente desconfiaria de um que o fizesse. Normalmente são necessárias de quatro a dez sessões para se fundamentar o laudo, e dependendo do candidato, é necessário um período de psicoterapia anterior à cirurgia, e é possível que o profissional não recomende a intervenção cirúrgica. Alguns dos fatores que levam à contraindicação, que pode ser temporária, são:

  • Transtornos alimentares ligados à compulsão: pessoas que comem compulsivamente correm um grande risco de não conseguir seguir as dietas líquidas e pastosas do pós-operatório, o que pode inclusive levar um paciente à óbito. Tal transtorno deve estar muito bem controlado para que a pessoa possa passar por esta fase em segurança.
  • Ausência de outros fatores de gerem prazer: pessoas que tem poucos ou nenhum prazer na vida além da comida são fortes candidatos a recuperar o peso, sofrer de depressão, tentativas de suicídio e/ou adotares condutas disfuncionais substitutivas (tais como jogo patológico, compulsão por sexo, uso abusivo de álcool ou outras drogas, para citar algumas). É fato que comer é um prazer, e a pessoa que realiza gastroplastia reduz significantemente a quantidade e a qualidade dos alimentos ingeridos, às vezes de forma definitiva. É frequente que os pacientes sintam que alguns tipos de alimento 'não descem' como antes, causam vômitos e mal estar, logo, passam a ser evitados. Se não houver outras fontes significativas e funcionais de prazer na vida do indivíduo, a cirurgia deve ser adiada para após um período de terapia. Caso seja constatado que o paciente tem condições de resgatar atividades prazerosas após a perda de peso (ou ainda, se o paciente necessitar emagrecer urgentemente por questões médicas), é imprescindível que haja o acompanhamento do paciente após a cirurgia.
  • Concepções equivocadas sobre os efeitos da cirurgia: algumas pessoas creem que após seis meses terão um corpo perfeito e terão todos os problemas resolvidos, entre outras crenças fantasiosas. É preciso que o candidato à esta intervenção esteja ciente de que na grande maioria dos casos haverá flacidez, sobras de pele e redução drástica do tamanho dos seios nas mulheres, para citar alguns exemplos sobre como o tão sonhado 'corpo perfeito' dificilmente será alcançado apenas com a cirurgia; não há garantia alguma de que a pessoa conseguirá uma melhor colocação no mercado de trabalho ou encontrá um parceiro afetivo. Cada um desses aspectos depende de diversos fatores, e, deixando a hipocrisia de lado, sabemos que a aparência é um deles. Mas nenhum ganho será mantido sem os outros fatores que os sustentam, e isso abrange muito mais do que um corpo.
Neste texto o tema foi abordado de maneira ampla e superficial, com o objetivo de trazer a reflexão sobre a importância da atuação da equipe multidisciplinar no tratamento cirúrgico da obesidade. Obviamente muita coisa ficou de fora, mas terei muito prazer em aprofundar qualquer aspecto pertinente que for solicitado. Vale a pensa pensar a respeito.


***Este artigo é disparadíssimo o mais acessado do blog, desde a postagem dele, três anos atrás. Então, foi o primeiro a ser reeditado. Aguardem, que em breve serão publicados mais posts sobre este tema***


domingo, 22 de março de 2015

Você precisa de terapia?

Pode ser em em algum momento você tenha se perguntado isso. Pode ser que outra pessoa tenha lhe dito isso, e talvez você tenha se sentido ofendido(a). Mas afinal, quem precisa de terapia?

A resposta é simples, mas nem sempre é uma conclusão fácil: Precisa de terapia aquela pessoa que, por qualquer motivo, não consiga lidar sozinha com determinada questão emocional. O problema aí é essa pessoa ser sincera o suficiente consigo mesma para admitir isso. Ou ainda, quanto tempo (e quanto murro em ponta de faca) ela vai precisar para concluir que necessita de ajuda.

Sobre esta questão, pesam principalmente dois estigmas: 'terapia é para loucos' e o 'terapia é para gente fraca'. O primeiro é o mais antigo, um 'ranço' que restou de quando não havia distinção entre psicologia e medicina. De fato, a psicologia se originou a partir da dificuldade da medicina em tratar determinados pacientes, que sofriam, porém eram clinicamente saudáveis no ponto de vista da saúde da época.

No desenvolvimento da psicologia houve uma longa história envolvendo medicina, neurologia e psiquiatria, e também grande participação da filosofia, antropologia e sociologia. Resumindo a questão, o estigma do da atuação da psiquiatria/psicologias em busca da cura da loucura sempre foi muito forte, embora não condiga com a realidade (e, além disso, quem é o 'louco', não é mesmo?). Já o segundo estigma está mais ligado à ideia de que as emoções são relacionadas com fraqueza. Neste ponto podemos perceber claramente o motivo de as mulheres costumarem relutar menos com a questão. Mas isso que quer dizer que homens não são bem-sucedidos em processos terapêuticos, muito pelo contrário. Quando conseguem romper com essa barreira para se expressar, costumam se sair muito bem.

Evidentemente, há vários outros motivos que impedem as pessoas de procurar atendimento psicológico, tais como tempo, dinheiro, experiências anteriores ruins... só para citar alguns.

Outra coisa que deve se ter em mente é que terapia não é um bicho de sete cabeças. É o momento no qual uma pessoa que estudou (e muito, diga-se de passagem) sobre o funcionamento da psique vai se ajudar a ver a questão de outra forma, desatar os nós e fazer com que você consiga superar a crise que motivou o atendimento. Muita gente consegue mesmo, porém depois de dar muita volta, encontrar o caminho, mas é valido dizer que buscando ajuda essa caminho é geralmente mais curto, mas rápido e menos dolorido.

Buscar terapia também não significa passar 20 anos procurando suas respostas. Há sim, linhas teóricas que utilizam processos mais longos, e deve ser uma escolha pessoal o tipo de terapia a ser procurada. Da mesma forma, não espere que o terapeuta tenha uma 'receita de bolo' te aguardando, do tipo 'siga dez passos simples e veja o milagre acontecer', porque isso não existe. Aliás, existe, e é a fórmula do livro de autoajuda. Ora, terapia não é autoajuda, e se o suposto terapeuta te propõe isso, suspeite. É charlatanismo. Um terapeuta pode até sugerir uma leitura desta natureza, mas esta será focada para a sua questão, e o seu tratamento será desenvolvido para você, é exclusivo e baseado na sua demanda e seu modo de ser. 

Ok, a pessoa já decidiu que vai buscar ajuda. Mas... quem ele deve buscar?

Logo publicarei um post explicando as diferenças de cada linha da psicologia, para ajudar nesta escolha. Fiquem à vontade para fazer perguntas sobre o assunto  =)

Até lá!


domingo, 8 de março de 2015

Sobre o Blog e a autora

Olá!

Criei este blog com o intuito de divulgar um pouquinho do meu trabalho como psicóloga clínica e debater temas atuais e pertinentes à minha área (além dos temas clássicos, que sempre estão presentes em nossas vidas). O blog é voltado tanto para o público em geral quanto profissionais da área, e fico aberta a sugestões de temas para os artigos. Ele foi originalmente idealizado e iniciado em 2011, e alguns dos textos estão sendo reeditados, atualizados e repostados. A maioria é inédita, e eu adoraria receber sugestões de temas para novos artigos.

Minha proposta é aproximar a psicologia das pessoas, para ajudar derrubar o preconceito que diz que  psicologia é 'para loucos' ou pior ainda, 'para fracos'. A psicologia está em quase tudo que nos rodeia, e o entendimento sobre algumas questões são de grande valia para o aprimoramento pessoal e desenvolvimento da qualidade de vida. Psicologia não se trata apenas de cura de sintomas, transtornos ou síndromes psicológicas, mas também é peça fundamental para o autoconhecimento.

ATENÇÃO: A leitura de um artigo não substitui a avaliação de um profissional capacitado e não é a intenção do blog realizar diagnósticos pela internet, mas sim funcionar como uma ferramento de informação. Portanto, se identificar algum sintoma ou sinal aqui descrito, procure auxílio profissional.

Sobre mim...

Tenho um estilo particular de atuação, e pretendo manter esse estilo aqui. Gosto de trabalhar com humor sempre que a situação permite, e tornar meus atendimentos tão leves quanto possível. Dentro da psicologia há muitos profissionais que seguem, por orientação ou estilo pessoal, uma linha bem mais austera, mas se tem algo que a vida já me provou por a+b é que seriedade é diferente de sisudez, e que alegria e competência nunca deveriam ter sido separadas. Respeito a escolha de cada um, e em contrapartida espero o mesmo grau de respeito.

Então, fica a minha apresentação. Psicóloga Mariana Galesi Bueno, CRP 08/13.324, especialista em Psicologia Clínica na linha Comportamental e Transtornos Alimentares/Obesidade. Mais detalhes podem ser visualizados no meu currículo lattes, e, caso deseje, contata-me pelo e-mail mariana.galesi@gmail.com.

Espero que gostem do blog!

Até a próxima!